Na hora de cantar todo mundo enche o peito nas boates, nos bares,
levanta os braços, sorri e dispara: 'eu sou de ninguém, eu sou de todo
mundo e todo mundo é meu também'. No entanto, passado o efeito do uísque
com energético e dos beijos descompromissados,
os adeptos da geração ´tribalista´ se dirigem aos consultórios
terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de
solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição.
A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Não
dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de
língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja é preciso
comer o bolo todo e nele, os ingredientes vão além do descompromisso,
como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está
namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se
importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc.
Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia
chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto
abraçado, roçando os pés sob as cobertas e a troca de cumplicidade,
carinho e amor.
Namorar é algo que vai muito além das
cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para
dizer bom dia, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas,
transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para
chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter ´alguém para amar´..
Somos livres para optarmos! E ser livre não é beijar na boca e não ser
de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um
sentimento...
Arnaldo Jabor
domingo, 29 de abril de 2012
segunda-feira, 9 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
Ela...
Ela é a mulher que adora andar descalça na rua, porém dentro de casa precisa do chão limpo.
Será que isso quer dizer algo?
Não tem tantas recordações do passado.
Enterra tudo de uma maneira bem simples.
Apaixona-se e desapaixona-se instantaneamente.
Basta uma pequena ação pra tudo ruir.
Constrói em pessoas uma imagem que talvez não seja delas,
Mas é quase inevitável.
Ainda não descobriu a fórmula pra deixar de fazer isso.
Escreve desde muito nova, mas não vê encanto nem novidade nas suas palavras.
Acha que tudo já foi dito por alguém.
Não acredita nas pessoas. Só em algumas. Não consegue evitar.
Dança sozinha, viaja e sonha nas músicas e poesias e acha que não tem nada mais belo no mundo.
Não fala difícil, aliás, não se impressiona com quem o faz, usa o simples pra se definir, embora seja complicada demais. Às vezes nem tanto.
Não usa maquiagem, mas sabe que fica bem melhor com os olhos pintados de preto, sabe da sensualidade de seus ombros, não admite. Mas adora exibi-los.
Aliás, ela se exibe, mas pra poucos.
Não tem medo de mudanças, mesmo que demore pra fazê-las acontecerem.
Brinca com os cabelos,corta, pois não tem pena de deixá-los ir embora.
Não tem medo de nada. Só de abismos. Mesmo adorando se jogar.
Tumultua as coisas mais simples, vê coisas onde não existe, talvez por ter a imaginação fértil demais. Poderia ser uma “Contadora de Histórias”. De tanto que sua imaginação dá voltas.
Já foi Luiza, Alice, Julieta, a sensual, a sexy e a romântica. Hoje é ela. Ainda não descobriu um nome pra sua personagem principal. Talvez o nome dessa vez seja o verdadeiro.
Mas como descobrir?
Dessa vez é a mulher sem ilusões, mas nunca sem sonhos.
Ela não gosta de flores, ai de alguém se mandá-las.
Não consegue disfarçar a cara de descontentamento...
Prefere apreciá-las em um jardim.
Não suporta sentir dor, se entope de remédios ao menor vestígio dela.
Talvez por isso nunca tenha feito uma tatuagem. Medo da dor. Medo não, pavor!
Mas ela sabe que assim que tiver coragem e fizer a primeira não vai conseguir parar, pois ela é assim, compulsiva! Compulsiva por café, compulsiva por doce, compulsiva por abraço e beijo na boca. Compulsiva por sexo. Não, não é mentira. Deve ser culpa dos astros, como diz uma amiga. Gosta do cheiro da pele, não precisa ter perfume. Gosta da boca com gosto de bebida, não muita. Embora não beba...
Vive triste, isso é normal, mas quem a vê pensa que tem uma alegria contagiante. Sim ela faz as pessoas felizes, mas poucos sabem que a alma dela é bem triste. Talvez seja isso que a faça escrever.
Não quer mudar, não vai mudar, pra ela o mundo pode ter salvação, mas ela não. Como disse certa vez um de seus poetas preferidos, Cazuza.
Exageradamente exagerada, não se contém, assusta as pessoas, assusta os homens, sempre assustou com sua mania de posse, mas sempre que algum quis embora, não os deteve.
“vai, se for mesmo meu, volta”
Alguns voltaram, outros não.
Alguns querem voltar, mas a sua mania de enjoar das coisas e das pessoas não permite.
Impossível manter um diálogo com alguém que não goste, mas com aqueles que ama, pode ficar muito tempo junto, e muitas vezes sem nada falar.
Mas ela teima em se esconder, se esconde, se cala, vive num mundo paralelo, o mundo das palavras. E muitas vezes não precisa de ninguém, nem de si própria.
Observa todos, mas se chega a poucos, imagina vozes e vidas...
Onde ela vive?
O que ela faz?
Se pinta, se borra, se beija, se odeia, se ama, tenta, se cansa, desiste, levanta.
Só quem a conhece pode saber.
Ah, e mais uma vez ela ama, e ama, e ama...
Talvez até amanhã, ou até daqui a pouco, ou pra sempre, ou por alguns segundos apenas.
Nunca se sabe.
Ela é exageradamente exagerada e efêmera.
Passa pela própria vida. Passa pela sua vida.
Presta atenção, ela pode nunca mais voltar...
E a poesia? Onde está?
Nem sempre é poesia, as vezes ela, é só ELA.
Fernanda Guiterio
Será que isso quer dizer algo?
Não tem tantas recordações do passado.
Enterra tudo de uma maneira bem simples.
Apaixona-se e desapaixona-se instantaneamente.
Basta uma pequena ação pra tudo ruir.
Constrói em pessoas uma imagem que talvez não seja delas,
Mas é quase inevitável.
Ainda não descobriu a fórmula pra deixar de fazer isso.
Escreve desde muito nova, mas não vê encanto nem novidade nas suas palavras.
Acha que tudo já foi dito por alguém.
Não acredita nas pessoas. Só em algumas. Não consegue evitar.
Dança sozinha, viaja e sonha nas músicas e poesias e acha que não tem nada mais belo no mundo.
Não fala difícil, aliás, não se impressiona com quem o faz, usa o simples pra se definir, embora seja complicada demais. Às vezes nem tanto.
Não usa maquiagem, mas sabe que fica bem melhor com os olhos pintados de preto, sabe da sensualidade de seus ombros, não admite. Mas adora exibi-los.
Aliás, ela se exibe, mas pra poucos.
Não tem medo de mudanças, mesmo que demore pra fazê-las acontecerem.
Brinca com os cabelos,corta, pois não tem pena de deixá-los ir embora.
Não tem medo de nada. Só de abismos. Mesmo adorando se jogar.
Tumultua as coisas mais simples, vê coisas onde não existe, talvez por ter a imaginação fértil demais. Poderia ser uma “Contadora de Histórias”. De tanto que sua imaginação dá voltas.
Já foi Luiza, Alice, Julieta, a sensual, a sexy e a romântica. Hoje é ela. Ainda não descobriu um nome pra sua personagem principal. Talvez o nome dessa vez seja o verdadeiro.
Mas como descobrir?
Dessa vez é a mulher sem ilusões, mas nunca sem sonhos.
Ela não gosta de flores, ai de alguém se mandá-las.
Não consegue disfarçar a cara de descontentamento...
Prefere apreciá-las em um jardim.
Não suporta sentir dor, se entope de remédios ao menor vestígio dela.
Talvez por isso nunca tenha feito uma tatuagem. Medo da dor. Medo não, pavor!
Mas ela sabe que assim que tiver coragem e fizer a primeira não vai conseguir parar, pois ela é assim, compulsiva! Compulsiva por café, compulsiva por doce, compulsiva por abraço e beijo na boca. Compulsiva por sexo. Não, não é mentira. Deve ser culpa dos astros, como diz uma amiga. Gosta do cheiro da pele, não precisa ter perfume. Gosta da boca com gosto de bebida, não muita. Embora não beba...
Vive triste, isso é normal, mas quem a vê pensa que tem uma alegria contagiante. Sim ela faz as pessoas felizes, mas poucos sabem que a alma dela é bem triste. Talvez seja isso que a faça escrever.
Não quer mudar, não vai mudar, pra ela o mundo pode ter salvação, mas ela não. Como disse certa vez um de seus poetas preferidos, Cazuza.
Exageradamente exagerada, não se contém, assusta as pessoas, assusta os homens, sempre assustou com sua mania de posse, mas sempre que algum quis embora, não os deteve.
“vai, se for mesmo meu, volta”
Alguns voltaram, outros não.
Alguns querem voltar, mas a sua mania de enjoar das coisas e das pessoas não permite.
Impossível manter um diálogo com alguém que não goste, mas com aqueles que ama, pode ficar muito tempo junto, e muitas vezes sem nada falar.
Mas ela teima em se esconder, se esconde, se cala, vive num mundo paralelo, o mundo das palavras. E muitas vezes não precisa de ninguém, nem de si própria.
Observa todos, mas se chega a poucos, imagina vozes e vidas...
Onde ela vive?
O que ela faz?
Se pinta, se borra, se beija, se odeia, se ama, tenta, se cansa, desiste, levanta.
Só quem a conhece pode saber.
Ah, e mais uma vez ela ama, e ama, e ama...
Talvez até amanhã, ou até daqui a pouco, ou pra sempre, ou por alguns segundos apenas.
Nunca se sabe.
Ela é exageradamente exagerada e efêmera.
Passa pela própria vida. Passa pela sua vida.
Presta atenção, ela pode nunca mais voltar...
E a poesia? Onde está?
Nem sempre é poesia, as vezes ela, é só ELA.
Fernanda Guiterio
terça-feira, 3 de abril de 2012
QUASE...
Eu quase consegui abraçar alguém semana passada. Por um milésimo de segundo eu fechei os olhos e senti meu peito esvaziado de você. Foi realmente quase. Acho que estou andando pra frente. Ontem ri tanto no jantar, tanto que quase fui feliz de novo. Ouvi uma história muito engraçada sobre uma diretora de criação maluca que fez os funcionários irem trabalhar de pijama. Mas aí lembrei, no meio da minha gargalhada, como eu queria contar essa história para você. E fiquei triste de novo. Hoje uma pessoa disse que está apaixonada por mim. Quem diria? Alguém gosta de mim. E o mais louco de tudo nem é isso. O mais louco de tudo é que eu também acho que gosto dele. Quase consigo me animar com essa história, mas me animar ou gostar de alguém me lembra você. E fico triste novamente. Eu achei que quando passasse o tempo, eu achei que quando eu finalmente te visse tão livre, tão forte e tão indiferente, eu achei que quando eu sentisse o fim, eu achei que passaria. Não passa nunca, mas quase passa todos os dias. Chorar deixou de ser uma necessidade e virou apenas uma iminência. Sofrer deixou de ser algo maior do que eu e passou a ser um pontinho ali, no mesmo lugar, incomodando a cada segundo, me lembrando o tempo todo que aquele pontinho é um resto, um quase não pontinho. Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada. Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer conhecer minha casa nova?” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui te amar exatamente como você era, quase. E é justamente por eu nunca ter sido inteira pra você que meu fim de amor também não consegue ser inteiro…
Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.
Tati Bernardi
Eu quase não te amo mais, eu quase não te odeio, eu quase não odeio aquela foto com aquelas garotas, eu quase não morro com a sua presença, eu quase não escrevo esse texto. O problema é que todo o resto de mim que sobra, tirando o que quase sou, não sei quem é.
Tati Bernardi
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